quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Viagem!



Hoje fiz uma viagem até Castelo Branco com chuva intensa, entretanto na rádio passou esta grande música! É muito antiga e já há muito tempo que não a ouvia, mas deu para me recordar do Igor (o maior), do Fábio (o amigo de sempre), do André (o confidente), do Rafael (parceiro da sueca), do Bilu (aquele que bebe um cento delas), do Rui Lopes (nós sabemos a grande amizade que temos), do Tó (o que está sempre pronto para tudo), da Elisa (a conselheira), da Vânia Constantino (só nós sabemos as nossas vidas e trabalhos de francês),da Filipa (sem palavras), da Mónica (não sei se é bom ou não seres minha prima, porque se não fosses casava-me contigo), do Pedro Morgado (a Estrela da minha família), da Vânia Jesus (a amiga cantora), da Tânia Rosa (como a minha vida seria bem mais feliz se estivesse mais tempo contigo (fazes-me falta)), da Telma Lento (a beleza da minha vida), da Leonor (fodasse páh, né pra aí o carreiro), da Andreia (Comunista e Sportinguista, nem sei como me dou com gente desta), do Eduardo de Mello (sei que é só com um l, mas é para parecer chique), do Botequilha (uma grande pessoa), da Rita Dourado (tantas mas tantas saudades), da Renata (gosto de ti), do André Silva (desculpa por tudo o que te fazíamos sofrer na primária), Lenny (uma agradável surpresa), o Daniel Jana (o grande companheiro de lutas).

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Vejam Isto! Espectáculo!

Porque é Natal!

Lembro-me de ir a pé para o jardim de infância e gostar de parar no café e para me armar em importante pedir um galão!Normalmente a Lita vigiava-me. Nas "excursões" eu e o meu irmão partilhávamos uma cesta de verga, que representava um saloiismo de todo o tamanho. Lembro-me que uma vez foi a Luísa Brizida que a levou até ao autocarro. As bananas voltavam sempre para casa. As tardes da primária eram sempre iguais. Depois do lanche era as cabanas, o futebol, os matrecos. O Fábio foi sempre o grande companheiro dessa viagem chamada infância e juventude. Com ele também o meu irmão, o Tó e o Bilu. A Susana e o irmão vinham praticamente todos os dias ter a minha casa antes de irmos para a escola. Na hora do almoço também. A minha casa era onde todos nos reuníamos, onde tudo acontecia. A minha mãe nunca o demonstrava perante vós, mas muitas vezes a tive que ouvir por juntar frequentemente aqui em casa mais de 10 putos. lutava muito com o meu irmão. Consegui marcar-lhe a cara com cicatrizes. Os sábados eram passados em quintais no Vale ou nos quintais do Macua a atirar uns tiros de pressão d'ar. Nunca matei nenhum passarito. Também os donos das armas nunca me deram muitas oportunidades. O Silhas e o meu primo João. Acabava quase sempre por almoçar em casa do meu primo. Aos Sábados era frequentemente ser Feijão Frade. Tínhamos de comer até ficar enjoados. Os sumos de laranja naturais eram fantásticos. Nessas tardes aprendi a jogar ténis de mesa, o que me ajudou a ser frequentemente campeão escolar na modalidade, e nessas tardes também vi muuuuiiiittttaaaassss vezes o Cyborg.
Adorávamos chatear o Boda, o Tabaco, o Milhafre e a Clementina. Andávamos muito sujos e não tomávamos banho todos os dias e a roupa dava para vários dias. Éramos felizes, muito felizes, e o mais importante, continuamos a ser amigos. Hoje todos temos mais responsabilidade. A vida é mais complicada, sem dúvida, mas mesmo assim conseguimos manter entre nós este espírito rebelde e da infância. Hoje bebemos um cento delas, e rimo-nos sem fim com o Bilu.

Este post não tem sentido nenhum, mas no Natal recordo-me de todas estas vivências e das saudades que tenho da minha infância!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natividades diferentes!

Conheci o João (nome fictício) numa actividade religiosa. Estuda Medicina, colabora num grupo musical, é um rapaz popular! Já não falava com ele há algum tempo e então nesta época decidi mandar-lhe uma sms. Contou-me que estava em Barcelona e que iria lá passar o Natal sozinho. Perguntei-lhe a razão. Tinha assumido a sua homossexualidade à família e foi praticamente rejeitado pelos pais. Sei que o João ten força para superar isto, mas quantos jovens se suicidam por serem abandonados, negados, ostracizados pela sua própria família e ficam sem ninguém neste Mundo?

João, um grande abraço para ti e assiste à Missa do Galo na basílica da Sagrada Família. Aí quem vai morrer é a tua família, mas é de inveja!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Dias!

Ontem, antes de dormir, tive que ir buscar o Principezinho à estante!
É mau sinal!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Espalhem a notícia!

"A terra tremeu ontem
nao mais que anteontem,
pressenti-o...
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou "

Sérgio Godinho

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vítimas de um deus menor!

Tenho a certeza que 99% das pessoas que vão ler este post viram os seu pais a discutir. TEnho a certeza que 60% destas pessoas assistiram ao seu pai a ameaçar a sua mãe. Tenho a certeza que 20% das pessoas que irão ler isto são filhos de mulheres que foram vítimas de violência doméstica.
Muitos poderão dizer que eu estou a exagerar. Provavelmente estes valores podem não ser os correctos. Mas a maior parte de nós assistiu a grandes discussões, disso tenho a certeza.
Eu próprio assisti. Sei o que custa. Somos crianças e ver as pessoas que mais gostamos da vida a brigarem é das coisas mais terríveis. Ver as nossas mães (as mulheres são na maior parte das vezes as vítimas) a sofrerem ofensas graves, a serem ameaçadas, é algo que nós nunca esqueceremos.
E as coisas passavam e repetiam-se e voltavam a acontecer e ainda hoje se repetem. E as mulheres continuam a ser vítimas do ácool, a ser vítimas do ciúme, a ser vítimas de um cobarde, de uma pessoa nula. E nós continuamos a assistir a tudo isto impávidos e serenos. Quando é que decidimos que estas "merdas" têm que terminar? É necessário dizer basta a estas situações. Quantas mais mulheres são necessárias morrer? Quantas mais crianças se vão tornar jovens moribundos nesta sociedade para que isto acabe?

Eles falam em amor, eu digo-lhes, Puta que os pariu mais o amor! E digo também às mulheres, não se subestimem, emancipem-se e façam o favor de ser felizes!

P.S. Este tipo de linguagem não é muito própria, mas há assuntos que me revoltam!

sábado, 5 de dezembro de 2009

É disto que o meu povo gosta??

Após se saber o grupo de Portugal na fase final do Mundial 2012 que se irá realizar na África da Sul, e que conta com o Brasil, a Coreia e a Costa do Marfim, Liedson, o jogador do Sporting que nasceu no Brasil, mas que recentemente se naturalizou português, proferiu esta pérola:

"Antes do sorteio, os meus amigos diziam que queriam que Portugal jogasse contra o Brasil. Aconteceu. Sou brasileiro, o Brasil é meu país. Mas também amo e sou grato a Portugal e quero retribuir com o meu trabalho. Estarei dividido e vou procurar fazer meu trabalho"

Liedson deveria perceber que Portugal é neste momento o seu país e que não pode estar dividido. E Queiroz tem que perceber que este jogador não pode ir à África do Sul. Mais do que estar em campo é necessário ter alma, paixão. Porque se tal não acontecer, as selecções passam a ser clubes com nomes de países e penso que não é isso que se pretende!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Texto que gostaria de ter escrito (2)

Quando falei nos meus ídolos, falei em Fernanda Câncio. Aqui fica mais um brilhante texto da jornalista, que foi publicado no Diário de Notícias!

Um tema que eu quero abordar também neste blog, mas ainda não consegui a erudição necessária para tal!

"
A mulher tinha 35 anos. Foi executada a tiro pelo marido, de 41, na manhã de domingo, em Montemor-o-Velho. Nada de novo; só nas últimas duas semanas foram pelo menos cinco as portuguesas baleadas, esfaqueadas, mortas à pancada pelos maridos, namorados, companheiros, ex-maridos, ex-namorados, ex-companheiros.

Esta chamava-se Manuela Costa. A mulher morta - é assim que lhes chamam nas notícias - estava separada do marido há um ano mas continuava a receber visitas dele na sua casa para a espancar. A mulher morta foi pela primeira vez no domingo - dizem as notícias que era a primeira vez, seria?, mas dizem também que "toda a gente" sabia o que se passava - fazer queixa à GNR após mais uma sessão de pancada. Com ela levou a filha mais nova, cinco ou seis anos. No posto, chamaram uma ambulância. Há notícias que dizem que os guardas pediram uma patrulha para a acompanhar. Mas nenhuma patrulha seguiu a ambulância: quem a seguiu foi o marido. A ambulância voltou para trás e parou junto ao posto. O homem também. Saiu do carro, armado com uma caçadeira, e matou a mulher. Dentro da ambulância. À porta da polícia. Na ambulância perseguida, que tem rádio e telemóveis, ninguém alertou as autoridades para a perseguição e para o perigo? E, se o posto foi alertado, como é que não estavam guardas cá fora à espera? E, se os guardas estavam à espera, por que não fizeram nada?

Mas esperem: ainda não acabou. Há uma mulher morta dentro de uma ambulância, uma criança ferida junto à mãe morta pelo pai, isto tudo à porta de um posto da GNR, e que se passa a seguir? Passa-se que os agentes da GNR tiram a caçadeira ao assassino e levam-no para dentro do posto, sem sequer o algemarem, sem sequer o revistarem. Dentro do posto o homem saca de outra arma e dispara. Um guarda morre, outro é ferido. Dizem-me isto as notícias, dizem-me até que o sindicato dos profissionais da GNR se queixou perante isto de "falta de meios". Falta de - eu li isto? - "coletes à prova de bala".

O sindicato não disse "tem de haver um apuramento de responsabilidades, uma pessoa não pode ser morta à porta de um posto da GNR depois de ter feito queixa do homem que a matou". O sindicato não disse "a polícia serve para proteger as pessoas e para cumprir a lei, isto nunca podia ter acontecido." O sindicato não disse "queremos saber como foi possível que aquele homem entrasse armado no posto e matasse o nosso colega". O sindicato não disse nada disto e o ministro da Administração Interna, que tutela a GNR e os bombeiros, também não. Se disseram não ouvi, não li, não sei. Como não sei de anúncio de relatório público sobre o que sucedeu, ou de garantia de que os filhos desta mulher vão ser indemnizados pelo Estado à guarda de quem estava quando foi assassinada.

Mas se calhar é isso: Manuela devia ter um colete à prova de bala. Devia ter nascido com ele. Ela e a filha: coletes à prova de bala, à prova de pancada, à prova de estupidez e de selvajaria, à prova da indiferença dos que sabiam e não fizeram nada, à prova da bonomia com que o homem que a matou foi tratado pelos guardas que não souberam guardá-la, da bonomia com que se olha para a morte desta mulher que estava à guarda do Estado, que nos pediu, a todos nós, que a protegêssemos. Da ironia de sabermos que o que há de novo aqui é isto: um matador de mulheres afinal também pode matar homens. Polícias, até. Se calhar é um assassino."