JÁ O REFERI ANTES. CLARA FERREIRA ALVES É, NO MEU ENTENDER, UMA DAS PESSOAS MAIS LÚCIDAS DESTE PAÍS. ESTE TEXTO, PUBLICADO NA ÚLTIMA "REVISTA" QUE ACOMPANHA O JORNAL EXPRESSO, DEMONSTRA CLARAMENTE TODA ESSA LUCIDEZ. BRILHANTE. APENAS ISSO. BRILHANTE!
Quase todos os dias podemos ver a procissão de homens ocos. A sair dos carros blindados com vidros escuros, caminhando apressados no centro de um grupo de assistentes que carregam as pastas e caminham um passoa trás, como os súbditos, sorrindo ou franzindo os olhos para as câmaras, conforme a gravidade da situação. Apertam muito as mãos uns dos outros E às vezes fazem pose para a fotografia de grupo, com os olhos espantados e a imobilidade de espantalhos.
"The hollow men", um dos grandes poemas de T.S. Eliot, e um dos que mais influenciaram a literatura posterior, não poderia ter melhores representantes do que esse conjunto de fraquezas e conveniências a que chamamos "líderes europeus".
O que fazem os líderes europeus? Cimeiras. Fazem cimeiras. E antes das cimeiras dizem que vão resolver os problemas da europa e da zona euro e depois das cimeiras dizem que novos passos e definitivos passos foram dados para resolver os problemas da Europa e da zona euro e uma semana depois, esgotado o primeiro impulso optimista dos mercados, volta tudo ao mesmo. Os juros sobem, os ratings descem, os bancos descapitalizam, o desemprego aumenta. E a Grécia continua a descida ao fundo do poço. Em cada cimeira aparece um pacote de medidas que serão "implementadas" no futuro, sabendo todos que o futuro é para a semana que vem.
Antes das cimeiras os líderes europeus dizem que não pode ser a Alemanha a decidir o futuro do euro, depois das cimeiras os líderes europeus concordam com as decisões alemãs sobre o euro. Antes das cimeiras os líderes europeus juram que já perceberam que a austeridade é perigosa para as economias, depois das cimeiras os líderes europeus afirmam que mais austeridade é o único caminho. Estamos nisto há uma eternidade.
Custa a crer como é que um conjunto de gente supostamente eleita por ser inteligente consegue ser tão vilmente estúpida. Custa a crer como é que o Governo alemão resolve impor unilateralmente aos gregos um "comissário" financeiro, destituindo-os da última parcela de soberania, como se a Grécia fosse um protectorado, sem que o resto da Europa se levante num clamor.
T.S. Eliot escreveu "The Hollow Men" em 1925, no rescaldo da I Guerra Mundial e do Tratado de Versalhes, The hollow men, the stuffed men. Os homens ocos, os homens de palha. As nossas vozes secas/ Quando sussurramos juntos/ São silenciosas e sem sentido. O poema acaba com a estrofe catastrófica: This is the way word ends/ This is the way the world ends/ No with a bang, but a whimper. E assim acaba o mundo, não com um estrondo mas com um gemido. O poema entro no vocabulário anglo-americano e foi citado milhares de vezes em escritos posteriores, em livros, filmes, séries de televisão. Coo uma profecia, a leitura actual do poema devolve-nos este tempo histórico comandado por homens ocos.
O verdadeiro défice europeu não é financeiro. É humano. Na história da Europa dos últimos séculos nunca houve um conjunto de burocratas e de chefes tão afastados da grandeza europeia como esta gente que se junta em Bruxelas para decidir sobre gente que não conhece. O provincianismo de Merkel, uma engenheira química que cresceu no outro lado do Muro, mostra-se nos discursos. A senhora Merkel tem a eloquência prudente e limitada de um alemão da Alemanha interior, um território mental sem pingo de cosmopolitismo, conservador nos costumes e nos hábitos, inspirado pela frugalidade luterana ou a centrifugação ideológica do marxismo-leninismo soviético. Esta Alemanha desdenha o desconhecido território do hedonismo e do esbanjamento, desdenha os povos de "índole voluptuária" (citando Latino Coelho) que agora estendem a mão.
O falhanço de Merkel foi o de não ter explicado as razões pelas quais os hedonistas ameaçam o sistema capitalista mundial. E ameaçam a economia, o bem-estar e a estabilidade da Alemanha. Uma Alemanha que ainda não perdeu a mania do lebensraum le quer estender uma hegemonia às soberanias nacionais que não conseguiu controlar ou vigiar antes do desastre. Nem a Alemanha nem a Europa. A Grécia dava sinais inequívocos de descontrolo financeiro e fiscal e nem um único chefe europeu ou alemão entendeu colocar a burocracia europeia não ao serviço de si mas da fiscalização. A punição pela punição não produz efeitos e só serve para afastar a Grécia (e Portugal) da Europa do centro e sentenciá-los à morte. Sem investimento nem estímulo, a economia não cresce e fica nas mãos de meia dúzia de agentes e intermediários, o que está a acontecer. Portugal torna-se um entreposto. A austeridade tem um preço alto. Aniquilação da soberania política e económica. Destruição do Estado. Miséria social. Desemprego. Desigualdade. Emigração. Dependência. A quantas cimeiras de homens ocos teremos de assistir antes de o nosso mundo acabar com um gemido?
Esquerdismos Liberais
Eu vou pela Esquerda!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
a vida..
a mãe, com as pernas inchadas, mal se conseguia movimentar. deitada na cama, não parava de pedir algo que lhe pudesse aliviar as dores. o filho, na casa dos trinta anos, com aspecto de manequim, não a largava. amparou-a até à casa de banho e mudou-lhe a fralda. o aspecto dele era sofrido. trincava os lábios para tentar segurar as lágrimas que lhe queriam à força cair dos olhos. angústia e revolta. a senhora tentou comer a sopa, mas não demorou muito a mandá-la fora. a maçã assada, cortada aos poucos pelo filho, foi o que ela conseguiu manter no estômago. o marido entrava e saia da sala a todo o momento. a dor de ver alguém, de quem se gosta, naquele estado, estava a consumi-lo. a cara vermelha, os olhos húmidos, o abanar a cabeça em gesto de reprovação.
o senhor deitado na cama. a normalidade da cara pálida. a senhora sentada ao seu lado. mãos que se entrelaçam, num gesto de conforto e de presença. os olhos fechados do senhor, a cabeça baixa da senhora. a dor que os une. a notícia de que o senhor teria que ficar internado. os olhos que se abrem, a cabeça que se ergue. os olhares que se cruzam. as mãos mais apertadas. o choro incontrolável ao deixar o marido e ter que ir.
o choro compulsivo de quem perdeu alguém. os gritos que nos ferem a pele. o deitar no chão. os abraços que deixam os ombros molhados. a dor. o sofrimento. a vida. sobretudo isto. a vida!
o senhor deitado na cama. a normalidade da cara pálida. a senhora sentada ao seu lado. mãos que se entrelaçam, num gesto de conforto e de presença. os olhos fechados do senhor, a cabeça baixa da senhora. a dor que os une. a notícia de que o senhor teria que ficar internado. os olhos que se abrem, a cabeça que se ergue. os olhares que se cruzam. as mãos mais apertadas. o choro incontrolável ao deixar o marido e ter que ir.
o choro compulsivo de quem perdeu alguém. os gritos que nos ferem a pele. o deitar no chão. os abraços que deixam os ombros molhados. a dor. o sofrimento. a vida. sobretudo isto. a vida!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
...
este blog talvez já não tenha razão de existir. provavelmente, eu já o deveria ter "morto", mas não o faço pelo carinho que tenho por ele. aqui estão contidas algumas reflexões, alguns desabafos, confissões, as alegrias e tristezas, as dúvidas e os problemas da vida de um jovem.
já há muito tempo que aqui não "deposito" nada meu.
iniciei muitos "posts", que acabaram por ficar a meio, que achei inúteis, que achei que não interessassem a ninguém. assim como este, como tudo o que se escreve. (quantos acharão isto ridículo, tal como as cartas de amor. quantos gozarão disto, falarão disto e, provavelmente, nem um único comentário). é como a vida. vivemos demasiado sozinhos junto dos homens.
talvez comece a ficar apático, desprendido, desiludido. sei que neste momento não vivo neste corpo, sei que preciso de ressuscitar. não sei se haverá volta a dar, um retorno, não sei se este nevoeiro que invadiu o meu corpo, me permitirá de novo, um dia, voltar a ver a luz ao fundo do túnel.
este blog voltará a ser o reflexo desta vida, ou ausência dela. eu cá continuarei, procurando-me. e a vós.
já há muito tempo que aqui não "deposito" nada meu.
iniciei muitos "posts", que acabaram por ficar a meio, que achei inúteis, que achei que não interessassem a ninguém. assim como este, como tudo o que se escreve. (quantos acharão isto ridículo, tal como as cartas de amor. quantos gozarão disto, falarão disto e, provavelmente, nem um único comentário). é como a vida. vivemos demasiado sozinhos junto dos homens.
talvez comece a ficar apático, desprendido, desiludido. sei que neste momento não vivo neste corpo, sei que preciso de ressuscitar. não sei se haverá volta a dar, um retorno, não sei se este nevoeiro que invadiu o meu corpo, me permitirá de novo, um dia, voltar a ver a luz ao fundo do túnel.
este blog voltará a ser o reflexo desta vida, ou ausência dela. eu cá continuarei, procurando-me. e a vós.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
texto para ler até ao fim, se faz favor..
Hamlet – aquela caveira já teve língua e outrora pôde cantar. Como aquele patife a atira para a terra, como se fosse a queixada usada por Caim para cometer o primeiro crime! Talvez aquele crânio que este bruto assim maltrata, pertencesse outrora a um homem de estado; a alguém que pensava poder enganar o próprio Deus, não é verdade?
Horácio – pois, talvez, meu senhor.
Hamlet – ou a um cortesão que sabia dizer “bom dia, meu senhor! Como vais tu, meu bom senhor?” …
...
Aí está outra! Quem sabe se será o crânio de um advogado? Onde estão agora as suas subtilezas, subterfúgios, argúcias e cláusulas? Porque suporta ele que este patife lhe bata com uma pá suja, sem intentar contra ele uma acção por vias de facto? Hum! Aquele parceiro talvez fosse, em vida, um grande negociante de terras , com os seus sinais, garantias, hipotecas, recibos, fiadores? Acaso para ele é a multa das suas multas, o activo dos seus activos ter a sua bela tola, cheia de bela lama? Será que os seus fiadores não lhe afiançam mais que o comprimento de duas folhas de contrato? Os próprios títulos das suas propriedades mal caberiam nesta caixa. Nem o proprietário poderá ter um pouco mais?
…
Primeiro camponês – aqui está uma caveira que esteve na terra vinte e três anos.
Hamlet - de quem era?
Primeiro camponês – dum maluco filho duma dessas. De quem pensais que era?
Hamlet - não sei.
Primeiro camponês – diabos levem esse malandro. Uma vez despejou-me uma garrafa de vinho na cabeça. Este crânio era de yorick, o bobo do rei.
Hamlet – este?
Primeiro camponês – esse mesmo.
Hamlet – deixa-me ver. Ah, pobre yorick! Conheci-o horácio. Era um moço de uma graça infinita, duma invulgar fantasia. Quantas vezes andei às cavalitas nele! E agora como a recordação é penosa para a minha imaginação! Aqui eram os lábios que tantas vezes beijei. Onde estão agora os teus gracejos, os teus ditos, as tuas canções, as tuas brincadeiras, que tão estrondosas gargalhadas provocavam à mesa? E agora? Nem um simples dito para troçar do teu próprio esgar? Já não tens queixo? Vai procurar a minha senhora e diz-lhe que, por mais pintura que ponha no rosto, é a este estado que tem de chegar. Fá-la rir com isso.
in hamlet, de shakespeare.
Horácio – pois, talvez, meu senhor.
Hamlet – ou a um cortesão que sabia dizer “bom dia, meu senhor! Como vais tu, meu bom senhor?” …
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Aí está outra! Quem sabe se será o crânio de um advogado? Onde estão agora as suas subtilezas, subterfúgios, argúcias e cláusulas? Porque suporta ele que este patife lhe bata com uma pá suja, sem intentar contra ele uma acção por vias de facto? Hum! Aquele parceiro talvez fosse, em vida, um grande negociante de terras , com os seus sinais, garantias, hipotecas, recibos, fiadores? Acaso para ele é a multa das suas multas, o activo dos seus activos ter a sua bela tola, cheia de bela lama? Será que os seus fiadores não lhe afiançam mais que o comprimento de duas folhas de contrato? Os próprios títulos das suas propriedades mal caberiam nesta caixa. Nem o proprietário poderá ter um pouco mais?
…
Primeiro camponês – aqui está uma caveira que esteve na terra vinte e três anos.
Hamlet - de quem era?
Primeiro camponês – dum maluco filho duma dessas. De quem pensais que era?
Hamlet - não sei.
Primeiro camponês – diabos levem esse malandro. Uma vez despejou-me uma garrafa de vinho na cabeça. Este crânio era de yorick, o bobo do rei.
Hamlet – este?
Primeiro camponês – esse mesmo.
Hamlet – deixa-me ver. Ah, pobre yorick! Conheci-o horácio. Era um moço de uma graça infinita, duma invulgar fantasia. Quantas vezes andei às cavalitas nele! E agora como a recordação é penosa para a minha imaginação! Aqui eram os lábios que tantas vezes beijei. Onde estão agora os teus gracejos, os teus ditos, as tuas canções, as tuas brincadeiras, que tão estrondosas gargalhadas provocavam à mesa? E agora? Nem um simples dito para troçar do teu próprio esgar? Já não tens queixo? Vai procurar a minha senhora e diz-lhe que, por mais pintura que ponha no rosto, é a este estado que tem de chegar. Fá-la rir com isso.
in hamlet, de shakespeare.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
vale a pena acreditar em jesus cristo?
hoje, por volta das 21h00, aproveitando o facto de estar por lisboa, irei participar numa conferência intitulada "desculpe perguntar mas... porque é que acredita em jesus cristo", na igreja são jorge de arroios, onde irá estar presente o professor marcelo rebelo de sousa, o actor miguel guilherme e a jornalista laurinda alves.
espero que seja esclarecedora. bem que preciso.
espero que seja esclarecedora. bem que preciso.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
muitas felicidades, joão
não me posso queixar da minha infância. tive sempre bons amigos. brincávamos muito, às mais variadas brincadeiras, sempre até ao anoitecer. eram bons momentos. isto era mais durante a semana. ao fim-de-semana o programa costumava ser diferente, nomeadamente ao sábado, onde eu e o meu irmão costumávamos ir para a casa dos meus primos, joão e pedro. sempre foram os primos mais chegados, os que viviam perto de mim, aqueles com os quais tinha uma ligação mais próxima. nesta fase as nossas idades rodavam entre os 6 e os 10 anos e não passávamos de umas crianças que se queriam divertir. hoje, passados quase 20 anos é bom olhar para trás, recordar tudo o que passámos e o que vivemos juntos.
o joão, aquele rapaz que adorava ir aos pássaros de pressão de ar (a tua vertente ecologista surgiu bem depois), que era o rapaz responsável, com quem jogava elifoot, o rapaz que me ensinou a jogar ping-pong, modalidade na qual me tornei várias vezes campeão a nível escolar, o rapaz que foi numa tarde de calor, no autocarro da rodoviária, comigo e com o meu irmão comprar a nossa primeira consola, uma mega drive, o rapaz que vinha almoçar todos os dias de verão a minha casa e aqui deixava o pedro, para poder ir namorar e divertir-se à vontade com os amigos, o rapaz que me acompanhava nos almoços de sábado no feijão frade com atum e o sumo de laranja natural (o da minha tia é único, acreditem) até rebentarmos de tanto comer, o rapaz que depois de um pequeno acidente, numa noite de inverno, veio chorar aqui para casa, o grande defesa esquerdo da adm, entre muitas outras coisas que aqui poderia referir, enfim, esse rapaz vai casar amanhã e quero desejar-lhe as maiores felicidades. é um passo importante na sua vida e amanhã, por mais contrariedades que possam surgir, lá estarei para lhe dar um abraço, um grande abraço. os anos passarão, mas estaremos sempre aqui, como família para nos apoiarmos uns aos outros. as maiores felicidades joão e ana.
p.s. nesta altura, a que foi referida neste texto, esta era uma das tuas bandas predilectas. espero não estar enganado..
o joão, aquele rapaz que adorava ir aos pássaros de pressão de ar (a tua vertente ecologista surgiu bem depois), que era o rapaz responsável, com quem jogava elifoot, o rapaz que me ensinou a jogar ping-pong, modalidade na qual me tornei várias vezes campeão a nível escolar, o rapaz que foi numa tarde de calor, no autocarro da rodoviária, comigo e com o meu irmão comprar a nossa primeira consola, uma mega drive, o rapaz que vinha almoçar todos os dias de verão a minha casa e aqui deixava o pedro, para poder ir namorar e divertir-se à vontade com os amigos, o rapaz que me acompanhava nos almoços de sábado no feijão frade com atum e o sumo de laranja natural (o da minha tia é único, acreditem) até rebentarmos de tanto comer, o rapaz que depois de um pequeno acidente, numa noite de inverno, veio chorar aqui para casa, o grande defesa esquerdo da adm, entre muitas outras coisas que aqui poderia referir, enfim, esse rapaz vai casar amanhã e quero desejar-lhe as maiores felicidades. é um passo importante na sua vida e amanhã, por mais contrariedades que possam surgir, lá estarei para lhe dar um abraço, um grande abraço. os anos passarão, mas estaremos sempre aqui, como família para nos apoiarmos uns aos outros. as maiores felicidades joão e ana.
p.s. nesta altura, a que foi referida neste texto, esta era uma das tuas bandas predilectas. espero não estar enganado..
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
dúvidas..
nunca me disseram que a vida seriam só facilidades. nunca me disseram que nunca teria problemas, nem preocupações. nunca ouvi dizer que podemos fazer apenas aquilo que nos satisfaz. sim, muitas vezes temos que aguentar o que não queremos e aprender a lidar com isso. e quando isso nos destrói, temos que continuar a suportar o sofrimento de nos sentirmos sufocados? desistir ou abandonar é um sinal das nossas fraquezas?
como a música do jorge palma, eu ando a tentar inventar alguma paz interior.
como a música do jorge palma, eu ando a tentar inventar alguma paz interior.
sábado, 10 de setembro de 2011
as bandas sonoras dos líderes socialistas..
a moda das bandas sonoras no partido socialista começou com antónio guterres, que escolheu a música conquest of paradis dos vangelis
sócrates mudou de banda sonora. escolheu o main theme, música que fez parte do filme o gladiador.
antónio josé seguro apresentou, ontem, a música que o vai acompanhar nesta caminhada enquanto líder socialista.
qual a sua preferida?
sócrates mudou de banda sonora. escolheu o main theme, música que fez parte do filme o gladiador.
antónio josé seguro apresentou, ontem, a música que o vai acompanhar nesta caminhada enquanto líder socialista.
qual a sua preferida?
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
a escola IPO
entre a praça de espanha e sete rios há um mundo desconhecido para muitos. daqueles sítios controversos. onde as situações mais complicadas da natureza humana, o tornam num sítio mágico. é completamente perceptível os que dizem não conseguir por lá passar, mas digo-lhes, que as vitórias mais duras são as mais belas e todos nós podemos contribuir para a vitória de alguém, naquele local.
entre árvores enormes, prédios altos, parques de estacionamento, há pessoas, muitas pessoas. carros, ambulâncias vindas de muitos locais, com gente dentro, gente que mal consegue andar, que amparados por bombeiros, voluntários ou familiares dão passos curtos, à força, em busca de uma hipótese, de uma chance, que a vida lhe quer negar. pessoas deformadas, pálidas, cansadas, tristes, sozinhas, magríssimas, onde só a pele segura os ossos. pessoas com uma dignidade arrepiante, pessoas que me esmagam nesta batalha que travam. apetece-me abraçá-los, dar-lhes a saúde, que julgo ter, apetece-me levar tanta gente para casa, aprender com eles o quão bom é viver, aprender como se luta com tamanha adversidade, porque eu, um sortudo, não sei faço ideia do que isso é. gente débil, fraca, pessoas que me enchem de vergonha por ser apenas eu.
a família. os que empurram a cadeira de rodas, os que acompanham o doente na consulta, que vão buscar a sandes e o sumo ao doente, mas que nunca lhes apetece degustar. a família que assoa, que ampara, que se revolta, que chora no canto escondido para ninguém ver, que coloca a cabeça sobre os joelhos para tentar esconder o sofrimento, a revolta de não poder fazer nada perante um inimigo tão temível. a família que mais que consoladora é consolada pela coragem de gente ímpar.
profissionais. médicos, enfermeiros, analistas, técnicos, auxiliares, senhoras da limpeza. dedicação. amor. respeito. coragem. companheiros de luta. o "estar aqui ao teu lado". fazer da tua luta, a minha luta. o sorriso garantido. a piada fácil, mas desconcertante.
ali, naquele local distante, pode-se privar com a natureza humana no seu estado mais puro. pode ser o estado mais débil, mas o mais verdadeiro, o mais glorioso, aquele que encarnamos quando sentimos que podemos estar a chegar ao fim da linha. aqueles estado em que percebemos o que realmente interessa, o que nos faz falta, o que nos move e o estado em que tomamos consciência daquilo que não aproveitámos.
levem-me às cavalitas. vocês são tão fortes.
entre árvores enormes, prédios altos, parques de estacionamento, há pessoas, muitas pessoas. carros, ambulâncias vindas de muitos locais, com gente dentro, gente que mal consegue andar, que amparados por bombeiros, voluntários ou familiares dão passos curtos, à força, em busca de uma hipótese, de uma chance, que a vida lhe quer negar. pessoas deformadas, pálidas, cansadas, tristes, sozinhas, magríssimas, onde só a pele segura os ossos. pessoas com uma dignidade arrepiante, pessoas que me esmagam nesta batalha que travam. apetece-me abraçá-los, dar-lhes a saúde, que julgo ter, apetece-me levar tanta gente para casa, aprender com eles o quão bom é viver, aprender como se luta com tamanha adversidade, porque eu, um sortudo, não sei faço ideia do que isso é. gente débil, fraca, pessoas que me enchem de vergonha por ser apenas eu.
a família. os que empurram a cadeira de rodas, os que acompanham o doente na consulta, que vão buscar a sandes e o sumo ao doente, mas que nunca lhes apetece degustar. a família que assoa, que ampara, que se revolta, que chora no canto escondido para ninguém ver, que coloca a cabeça sobre os joelhos para tentar esconder o sofrimento, a revolta de não poder fazer nada perante um inimigo tão temível. a família que mais que consoladora é consolada pela coragem de gente ímpar.
profissionais. médicos, enfermeiros, analistas, técnicos, auxiliares, senhoras da limpeza. dedicação. amor. respeito. coragem. companheiros de luta. o "estar aqui ao teu lado". fazer da tua luta, a minha luta. o sorriso garantido. a piada fácil, mas desconcertante.
ali, naquele local distante, pode-se privar com a natureza humana no seu estado mais puro. pode ser o estado mais débil, mas o mais verdadeiro, o mais glorioso, aquele que encarnamos quando sentimos que podemos estar a chegar ao fim da linha. aqueles estado em que percebemos o que realmente interessa, o que nos faz falta, o que nos move e o estado em que tomamos consciência daquilo que não aproveitámos.
levem-me às cavalitas. vocês são tão fortes.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
pode-se servir a deus e ao diabo?
a blogosfera portuguesa está a ferro e fogo, com a nomeação de um tal de antónio figueira para assessor do ministro miguel relvas. não conheço o percurso de antónio figueira, não faço a mínima ideia do seu profissionalismo ou a falta dele, conheço apenas aquilo que ele defendeu publicamente, nos textos que escrevia no blog, conotado com a extrema-esquerda, o 5 dias. não me repugna o convite, repugna-me, isso sim, que antónio figueira o tenha aceitado. isto de querer servir a deus e ao diabo tem muito que se diga. figueira escreve num blog de esquerdistas radicais, que estão contra o sistema e defendem a revolução através da violência, assim como aconteceu em inglaterra, mas depois vai servir o próprio sistema. perderam-se os valores e a coerência, fica para memória futura aquilo de que todos desconfiávamos, a forte ligação da extrema-esquerda com a direita portuguesa, o seu maior aliado.
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