O texto de Rui Herbon, publicado no Jugular, mostra como a maioria das vezes fazemos juízos levianos sobre o Rendimento Social de Inserção. É claro, que como ele refere, há fraude, mas provavelmente a questão não é tão grave quanto nós a pintamos.
"Parece que afinal só 23% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) são empregáveis. O resto desses chulos, calaceiros e outras coisas que tais – na interpretação adjectiva das medidas que PSD e CDS-PP sobre eles pretendem fazer recair –, são velhos, crianças, pessoas com handicaps. Além disso, cada beneficiário recebe em média 89 euros por mês, e em 31% dos casos o RSI é um complemento a ordenados muito baixos para o agregado familiar. Madraços, pois.
É evidente que há casos de fraude. Como os há nas baixas médicas, mas ainda não vi ninguém propor a sua extinção nem lançar um estigma sobre todos os trabalhadores impedidos de exercer a sua actividade por motivo de doença. E há uma fraude muito maior: a fuga aos impostos, que nos países ditos civilizados se situa em cerca de 10% do PIB e que em Portugal andará pelos 20. Estranhamente não vejo Passos Coelho e Paulo Portas empenhados no combate dessa, sim, fraude de proporções gigantescas, em muitos casos praticada por quem mais tem. E por isso essa sua cruzada conjunta contra a prestação social que protege os mais pobres e fracos, que não tira muitos dos nossos concidadãos da pobreza mas que ainda assim os livra da miséria, é um verdadeiro nojo."
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