Muitas vezes, nestes dias que antecedem a chegada do solstício de Verão, pergunto-me como será, no âmbito do meu anterior julgamento neste blog, como será dispender os nossos dias à porta de casa ou na esplanada do café, assistindo ao subir do Sol no nosso lindo céu português e manter trajo curto, num convite à brisa inexistente que teima em não nos apaziguar o quente do corpo flácido e de veias dilatadas. A simpatia pelas ruas é bem maior nesta altura, embora não ocorra pelos melhores motivos. Os portugueses vivem com o seu nome nas bocas do Mundo e, com efeito, amargurados, tentam desesperadamente encontrar propósitos para a sobrevivência que, não raras vezes, apelidam de desinteressante. O desinteresse, meus caros leitores, é extremamente relativo, tão relativo como os Teoremas da Incompletude de Gödel e da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Eu arranjo tempo para trabalhar, para estudar, exercitar-me, visitar familiares, confraternizar com os amigos, reuniões do PS, marchas a monumentos e concelhos de Portugal, causas solidárias e toda uma parafernália que levaria horas infindas a descrever.
Espero que Sócrates partilhe desta minha humilde opinião. O celibato político por que acaba de enveredar, mercê da torpe e suicida sede de poder evidenciada por todos aqueles que falam à Direita (será do Pai?), é uma manobra inteligente para dar tempo ao povo de relembrar os seus mais altos valores, os seus séculos de independência, o legado dos Descobrimentos, e o mais importante de tudo, dar espaço à Comunicação Social para desferir ininterruptos ataques exorbitantes de mal-dizer contra o nosso... líder, será um termo adequado. Francisco Assis remexe-se certamente no covil parlamentar, com um incómodo pior do que o causado pela urticária, lembrando-se fora de tempo que António José Seguro sempre primou pela humildade e sincero empenho, facto que engenhosamente lhe permite gozar actualmente de um confortável favoritismo dentro do partido. Os velhos dinossauros acham que sangue novo é sublime, é confortante, e eu partilho dessa conversa fiada. Muitos se esquecem de princípios ideológicos e psicológicos com a mesma facilidade com que esqueceram da gestão ruinosa de Durão Barroso e Santana Lopes, mais o chorrilho de asneiras que Manuela Ferreira Leite proferia (com ou sem senilidade), para gáudio dos mais derrotistas. Relembrem-se... temos no PS vozes que ficarão para sempre no nosso coração. Maria de Lurdes Rodrigues, com a sua determinação inabalável, conquistou o mais que merecido reconhecimento na FLAD. Maria Helena André, que com tanto empenho e dedicação retirou o açaime dos corruptos e rosnou aos sindicatos de má rês, sem pôr em causa as suas próprias convicções, correndo com patronato imbecil e precursor da ilicitude e escarrapachando em cima da mesa 219 000 empregos que ninguém pega. Conveniente, não é? Ana Jorge, que aprendeu depressa como lidar com a incompetência, conseguindo quase in extremis dividir-se em trezentos clones dela própria para assistir com olhos de ministra sábia a balbúrdia em que colocaram os hospitais, e arregaçar as mãos para resolver tão ingrato legado. Fernando Teixeira dos Santos, que tão a custo impediu a bancarrota de atingir Portugal de modo indelével, resistindo à sabotagem da praça financeira e fazendo entre nós e os capitalistas um escudo invisível, no qual restaram graves mazelas que o tempo há-de curar, se Deus quiser. Dulce Pássaro, que mostrou dotes de negociata e esteve sempre presente em todo o tipo de investimentos e poupança ambiental com um comportamento praticamente mecénico, brilhante. Já, por outro lado, vêm aí as coligações reles e cobardes do centro com a direita, que é aquilo de que dispomos. O português contenta-se com caras larocas, para um mês depois poder massacrar o Governo com a língua afiada à força da arte do bem-falar e do mal-fazer. Pedro Passos Coelho aprendeu o secretismo e as mentiras no colo da mãe, e soma e segue com práticas de índole proibida que nos farão caminhar a passos largos para um abismo infernal. Apraz-me, no fim disto tudo, comunicar que, afinal, ainda há quem permaneça fiel ao "Exército de Sócrates": e aviso, não estou sozinho. Agora, é continuar a trabalhar com a mesma fidelidade e com o intuito de servir a Pátria, com base nos nobres valores do Socialismo que, hoje e sempre, serão a última voz, a palavra derradeira, o caminho último e atingível. Eu estou por aqui... e dedico-me o mais que puder. Se o meu Estado um dia me chamar à nobre profissão de gerir (não que isso esteja nos meus planos), é porque é pródiga a minha dedicação para isso, e a natureza... é líder.
Votos de boa "estadia" neste espaço. E que bela maneira de começar. Estou embevecido, magnífico texto!
ResponderEliminarObrigado Pedro :)
ResponderEliminarHélder, muitos parabéns! Escreves lindamente. a par com o Valter (os meninos são o futuro). O Blog está bem entregue.
ResponderEliminarObrigada Fernanda :)
ResponderEliminarOs meus parabéns pelo excelente texto,com a devida vénia assino por baixo.Abraço
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