sexta-feira, 7 de outubro de 2011

texto para ler até ao fim, se faz favor..

Hamlet – aquela caveira já teve língua e outrora pôde cantar. Como aquele patife a atira para a terra, como se fosse a queixada usada por Caim para cometer o primeiro crime! Talvez aquele crânio que este bruto assim maltrata, pertencesse outrora a um homem de estado; a alguém que pensava poder enganar o próprio Deus, não é verdade?

Horácio – pois, talvez, meu senhor.

Hamlet – ou a um cortesão que sabia dizer “bom dia, meu senhor! Como vais tu, meu bom senhor?” …
...
Aí está outra! Quem sabe se será o crânio de um advogado? Onde estão agora as suas subtilezas, subterfúgios, argúcias e cláusulas? Porque suporta ele que este patife lhe bata com uma pá suja, sem intentar contra ele uma acção por vias de facto? Hum! Aquele parceiro talvez fosse, em vida, um grande negociante de terras , com os seus sinais, garantias, hipotecas, recibos, fiadores? Acaso para ele é a multa das suas multas, o activo dos seus activos ter a sua bela tola, cheia de bela lama? Será que os seus fiadores não lhe afiançam mais que o comprimento de duas folhas de contrato? Os próprios títulos das suas propriedades mal caberiam nesta caixa. Nem o proprietário poderá ter um pouco mais?



Primeiro camponês – aqui está uma caveira que esteve na terra vinte e três anos.

Hamlet - de quem era?

Primeiro camponês – dum maluco filho duma dessas. De quem pensais que era?

Hamlet - não sei.

Primeiro camponês – diabos levem esse malandro. Uma vez despejou-me uma garrafa de vinho na cabeça. Este crânio era de yorick, o bobo do rei.

Hamlet – este?

Primeiro camponês – esse mesmo.

Hamlet – deixa-me ver. Ah, pobre yorick! Conheci-o horácio. Era um moço de uma graça infinita, duma invulgar fantasia. Quantas vezes andei às cavalitas nele! E agora como a recordação é penosa para a minha imaginação! Aqui eram os lábios que tantas vezes beijei. Onde estão agora os teus gracejos, os teus ditos, as tuas canções, as tuas brincadeiras, que tão estrondosas gargalhadas provocavam à mesa? E agora? Nem um simples dito para troçar do teu próprio esgar? Já não tens queixo? Vai procurar a minha senhora e diz-lhe que, por mais pintura que ponha no rosto, é a este estado que tem de chegar. Fá-la rir com isso.




in hamlet, de shakespeare.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

vale a pena acreditar em jesus cristo?

hoje, por volta das 21h00, aproveitando o facto de estar por lisboa, irei participar numa conferência intitulada "desculpe perguntar mas... porque é que acredita em jesus cristo", na igreja são jorge de arroios, onde irá estar presente o professor marcelo rebelo de sousa, o actor miguel guilherme e a jornalista laurinda alves.

espero que seja esclarecedora. bem que preciso.