terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sporting

o sporting tem a história de um clube grande. apenas isso. história. infelizmente, a nível futebolístico é um clube mediano. não tem a força de outras tempos, não é equipa para vencer um campeonato, não consegue lutar pela champions e a maior parte dos seus jogadores titulares, que são os que têm menos responsabilidade no cartório, teriam que suar muito a sua camisola para poder jogar num braga, num guimarães ou no nacional. é uma equipa sem direcção, com directores desportivos que entram e saiem a cada mês, com presidentes incompetentes, sem um rumo traçado para a sua equipa.
contudo, embora tenha uma equipa fraca, o sporting poderia fazer mais. poderia ser uma equipa mais organizada e o seu treinador, a quem lhe foi prometido mundos e fundos, não tem arte nem engenho para aproveitar da melhor forma os valores de que dispõe.
espero que o sporting venha a ganhar a força de outros tempos, que saia das próximas eleições um presidente com um obectivo bem traçado e que possibilite que a equipa ganhe competições. isto é o que eu espero, embora saiba que o sporting terá muitas dificuldades para sair desta situação. espero que não tenha o mesmo destino da amadora ou do belenenses.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

a morte..

fernanda câncio escreveu uma crónica chamada "novembro" que começava assim:"nunca sei se se deve escrever sobre os mortos". assim como a jornalista, também eu nunca sei. sei que o problema de nós, os que ficámos, é não saber se o que morreu sabia tudo aquilo que pensávamos dele, se lhe dissémos tudo, se lhe fizémos tudo, se poderíamos ter feito mais. e podemos ir ao velório, ir ao funeral, chorar com a família, levantar o sudário e beijar o morto. de que vale isso? nada há como aquela angústia da ausência, de não nos podermos voltar a rir juntos, de não podermos voltar a discutir um com o outro, de não nos podermos voltar a encontrar no café do costume.
como diria ruy belo, "o problema da morte é o dos vivos". dos que ficam, dos que sofrem, dos que encaram de frente a sua própria morte, daqueles que a percebem bem mais presente, bem mais surpreendente do que imaginam e que têm vontade de ser mais explícitos no que sentem, não vá a morte voltar a surpreender-nos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

muitas vidas numa só

embora seja uma "canseira" tremenda, gosto da vida que levo. desta vida de "autarca" e de estudante. gosto por várias razões. gosto do voluntariado, de ajudar a resolver alguns problemas, desde que me sejam possíveis de resolver, de tornar a vida de alguém um pouco melhor, com um pequeno nada, que é tanto. poderia ser melhor? podia. gosto também muito desta vida de estudante. não das festas e das bebedeiras, porque neste nível não são coisas que aconteçam, uma vez que os horários das aulas são concentrados e não permitem que nos metemos em aventuras (a idade é outra), mas gosto do aprender, do estar nas aulas a ouvir quem muito sabe, pessoas com grande saber, que nos dão lições a cada passo.
mas gosto sobretudo desta vida por outra razão. a divisão. os dois mundos. a vida que tenho no interior do país, sempre agitada, mas num meio bem mais calmo e a vida mais cosmopolita de lisboa. dão-me duas visões diferentes. dão-me realidades diferentes. isso é bom. é bom perceber que o mundo não é só aquilo que está à frente dos nossos olhos, que há mais, muito mais desconhecido por trás de cada esquina, de cada prédio, há muito mais desconhecido oculto em cada rosto. gosto deste "way of life". gosto da tranquilidade de um sítio e da agitação do outro. gosto do afecto da aldeia e da liberdade da cidade. gosto das pessoas de penhascoso e das ofertas culturais que lisboa me permite. sim, preciso muito dos dois. preciso de acordar e ir à varanda da minha casa contemplar uma excelente manhã de sol, a tranquilidade dos dias, o ruralismo no seu sentido mais profundo, mas também preciso de acordar e poder passear na gulbenkian, almoçar numa esplanada e ir ao starbucks quando me apetece. manias.