quarta-feira, 28 de abril de 2010

Esta necessidade inexplicável...

...de amigos, de novidade, de festa, de amor, de conversas, de partilha, de amigos, de compreeensão, de fuga, de solidão, de mundo, de vida, de vida, de vida, de chão, de auto-estima, de coragem, de felicidade, de escrita, de abraços, de abraços, de abraços, de amigos..

Faz de conta que escrevi isto no Domingo!

Se há coisa da qual tenho pena é do facto de não ser vivo no dia 25 de Abril de 1974. Não o vivi, mas sinto-o todos os dias, quando posso dizer o que quero, quando posso fazer o que quero, quando não fui obrigado a ter que ir à tropa, quando vejo que os direitos das minorias lhes são consagrados, quando vejo que estamos numa realidade melhor, do que a que se vivia antes do 25/4.
O 25 de Abril continua a fazer-se todos os dias. Todos temos essa obrigação de o continuar a fazer e de acreditar nele e quando me dizem que antes é que era bom, eu não acredito. Apesar de todas as fragilidades da Democracia, é sem dúvida o melhor dos sistemas!

domingo, 25 de abril de 2010

Mística!

Nunca assisti a nenhum jogo no Alvalade XXI, nem no Estádio do Dragão, não imagino como seja o ambiente, a festa, a loucura. Sei como é na Luz e não querendo ser arrogante, penso que não deve haver loucura igual em Portugal.
A festa para mim não se restringe ao recinto desportivo, começa antes, bem antes.. Começa logo na A1, com cachecóis presos em janelas dos carros, as buzinas, os autocarros carregados de benfiquistas, carregados de gente que não se preocupa de fazer 500km e de chegar a casa já de manhã para ver a sua equipa, para participar na festa. O Benfica chama-lhe mística e enquanto estou a escrever este texto, não consigo exprimir este sentimento. Não consigo exprimir por palavras o que é estar 65 mil pessoas a gritar, a saltar, com os cachecóis ao alto. Não consigo explicar verbalmente aquilo que sinto, sempre com as lágrimas nos olhos, quando ouço antes do jogo, o hino do benfica. Não consigo explicar o que é ouvir miúdos a gritar "Vitória vem" e quando se vê a Águia a sobrevoar o Estádio deixando a multidão ao rubro. Não consigo explicar nada, só sei o que sinto. Continuo sem saber se os adeptos de outros clubes também sentem o que os benfiquistas sentem quando vão ao seu estádio, mas sinceramente gostava que sentissem. Carrega Benfica!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bons momentos!

Hoje fui entregar metade do que recebo enquanto Presidente a uma família com menos possibilidades, o que faço todos os meses, e digo-vos uma coisa, há abraços sinceros e que têm muito valor.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

TEXTO PARA MIM! (adaptação da crónica publicada por José Luís Peixoto na revista Visão)

Valter,
lembra-te que há no Mundo milhares de crianças com fome, milhares de crianças no Mundo que não sabem escrever, nem ler, porque desde pequenos tiveram que saber o que custa a vida com o suor do seu corpo, com a força dos seus braços, crianças que são escravas, miúdos que por terem a oportunidade de comer aquilo que rejeitas se sentem reis.
Não te esqueças que existem milhares de velhos (gosto da palavra velho) abandonados, entregues ao seu próprio destino, velhos que apenas a esperam a sua hora, velhos que foram pais e que amaram os seus filhos, filhos esses que não reconhecem quem os pariu ou criou, velhos que já não se recordam do valor de um carinho, de um gesto.
Não te esqueças Valter, de todos aqueles pais que sofrem pelos seus filhos, pais que não têm dinheiro para assegurar os "cuidados mínimos" de uma criança, pais que sofrem por ver os seus filhos enfiados na cama de um hospital, ou perdidos nas noites atrás de fios de droga. Lembra-te Valter, de todos os pais a quem a vida não faz sentido algum, uma vez que, perderam aquilo que tinham de mais valioso, os seus filhos, pais que perderam o norte, que perderam o chão.
E os sem abrigo valter, não os ignores, aqueles que vivem à sua sorte, sem um tecto, sem uma família, olhados de lado, estigmatizados, não te esqueças deles. Recorda-te que eles não têm mesmo ninguém, socorrem-se de caixotes do lixo, socorrem-se daquilo que tu não queres, das sobras dos jantares de gente milionária em restaurantes de luxo.
É importante não te esqueceres disto, Valter, sobretudo quando andas chateado com pequenas merdas da vida, quando te sentes inútil, incompetente, quando não percebes que se calhar não és tão forte quanto pensas. Lembra-te Valter, e se quiseres recorda também isto aos teus amigos. Sabes Valter, eu já aprendi isto.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Para pessoas que se esquecem de viver a vida, esquecendo-se que ela é única!

Inês Pedrosa, jornalista e escritora, começava uma crónica sua, publicada no Expresso, afirmando que "A felicidade tem mau marketing porque exige coragem". Concordo. Para se ser feliz temos que tomar decisões complicadas. fazer escolhas difíceis e temos muitas vezes que esquecer que existe um Mundo lá fora que nos critíca ferozmente por cada decisão nossa.
Tive alturas cá em casa, que ainda acontecem, em que as discussões eram constantes, tenho vizinhas que dizem que sofreram toda a vida nas mãos dos maridos - continuam casadas - e por esse Mundo fora é o que mais acontece. Pergunto-lhes porque nunca se divorciaram, porque nunca disseram basta e procuraram uma vida melhor, onde se sentissem amadas, a resposta é sempre a mesma. "O casamento deve ser para sempre, não é como essa pouca vergonha, mal se casam divorciam-se logo". É esta a ideia generalizada de homens "acomodados na rotina das pantufas conjugais e dos engates ocasionais", a ideia de pessoas que não desejam as pessoas com quem dormem e que desejam pessoas com que não podem dormir, mas que não lutam pela sua felicidade.
Ser feliz dá muito trabalho, e o pior de tudo é que não depende unicamente de nós, mas somos nós que podemos tornar a nossa vida um pouco melhor.
Felicito todos aqueles que tomam decisões que lhe dificultam a vida, mas que as tornam pessoas mais felizes. Mulheres e homens que podem ser olhados de lado na rua, por gente frustrada e infeliz, mas que tiveram a coragem de perceber que a vida é para ser vivida, não é para ser sofrida!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Mundo!

Uma pessoa vê um Telejornal, lê um diário, houve um noticiário e cada vez mais se apercebe que o "Mundo está louco". Terramotos, tornados, Tsunamis, tempestades...
A Sic Notícias tem uma publicidade em que aparece a frase, que julgo ser do Oscar Wilde, "Deus ao criar o homem sobrestimou a sua capacidade".
É uma grande verdade. O homem está a destruir o Mundo e não se preocupa com as consequências que daí podem resultar. A Natureza revolta-se e nós continuaremos a ser presenteados com estes fenómenos. Cuidado!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amigos...

Os amigos são a família que escolhemos. Não nos une o sangue composto por leucócitos, eritrócitos e não sei que mais, mas por valores, por gostos, por ideias, ideologias, lutas, formas de estar na vida. Há quem tenha apenas um, há quem tenha cinco, outros 10 ou mais. Eu não sei quantos tenho. Tenho muitos, mas ao mesmo tempo tão poucos. Olho para os outros e parece que é normal se fixar num único grupo e fomentar aí verdadeiras amizades. Eu posso sair à sexta com os amigos de infância, ao sábado com os amigos que conhecemos recentemente, ao domingo podia ir beber café com os amigos da Faculdade e ainda jantar com algum amigo do secundário. Integramos um grupo porque gostamos de uma única pessoa que lá está, depois tornamo-nos amigos dos amigos e assim sucessivamente, mas no meio de tanta gente serão todos amigos? Amigos no verdadeiro sentido da palavra? Não, isso não. Mas também vos digo que os verdadeiros amigos são aqueles a quem conseguimos partilhar uma vida, a nossa vida e para isso não são necessários anos de convivência, basta haver os mesmos valores, ideias e formas de estar na vida. Obrigado aos meus!

domingo, 11 de abril de 2010

Texto que gostaria de ter escrito (6)

Quero deixar-vos este texto belíssimo da Isabel Moreira, que fui retirar ao blog Jugular. É algo que eu sinto profundamente, embora nunca conseguisse expressar desta forma. Gostava que lessem o texto na sua totalidade, mas deixo-vos apenas um pequeno excerto. espero que vos abra o apetite!

"Cada um tem ou teve a vida que lhe calha, mas há muita coisa que é retirada da força das memórias familiares. A família, quando é coesa, e para mais numerosa, faz da nossa infância um “lugar”, uma ilha de afectos sem diferenças. Não se sente qualquer prisão, e ainda bem que não, uma criança nasce a escutar, só mais tarde lhe dá para ditar, e quando percorre os primeiros passos, se tem a sorte de encontrar todos os dias um colo, um beijo, a sua estrutura, essa ilha, o seu lugar onde não há divergências nem lutas, pensa que a vida será sempre assim, pelo menos com aquela gente, que funciona como uma extensão do seu corpo.

É quase religioso: na verdade, as palavras “mãe”, “pai”, irmão”, “irmã”, “primos”, “tios”, “avós”, estão carregadas não só de sangue, como de uma cultura cristã, não só de amor como de obediência, de temor reverencial e de tipos de exemplo a seguir.

Na infância, vive-se a olhar o mundo a partir de uma varanda, de costas voltadas para a nossa casa, e as diferenças, os problemas, os pecados, as mentiras, as desilusões, as promiscuidades vêm-se lá em baixo, na rua, fora da nossa família.

Há um dia em que nos viramos de costas e descobrimos que a rua lá em baixo também é habitada pelas pessoas da nossa casa. A nossa família não é perfeita, e nesse dia começamos a crescer e descobrimos, também, que crescer dói.

Crescer é como amar, dói, ou não seria crescer."

domingo, 4 de abril de 2010

Ó Gente da Minha Terra (5)

Já há algum tempo que não coloco nenhum "Gente da minha Terra". Pensei em escrever quando entrei no comboio e liguei o PC. perguntei ao Igor sobre quem deveria escrever, ele disse que eu é que tinha que decidir, passado uns minutos ele adormeceu e agora escrevo este "Gente da minha Terra" para ele.
Fazemos mais uma viagem para mais uma luta. Tantas batalhas que ele já travou e não sabemos mas quantas ainda terá que travar. Sabemos apenas uma coisa, quem será o vencedor final.
quem me conhece sabe que não amadureço aquilo que vou escrever. Decido na hora. Este é mais um caso, mas neste caso é bem mais fácil, uma vez que, há tanta coisa para dizer.
Poderia começar pela nossa infância, os nossos sofrimentos, as nossas angústias, as nossas alegrias, as nossas lutas de wrestling em cima da cama ddos pais e os gritos da mãe a ralhar, as futeboladas na Fanca até de noite, as noites de Verão e as saídas às sextas feiras até à meia noite que nos faziam acreditar que já seríamos respeitados com apenas 10 anos.
podia falar de quando parti os matraquilhos da nossa infância porque ganhavas sempre, de quando te perdeste no estádio da Luz com apenas quatro anos ou dos olhares cúmplices acompanhados de silêncio que faziam o outro entender o que se devia ou não ocultar dos pais.
Podia falar da nossa juventude e da nossa maioridade, podia falar de quando te perguntei se me deveria ou não candidatar e que me respondeste que na minha posição não o fazia, mas que me irias apoiar qualquer que fosse a posição que eu tomasse, podia falar de quereres estar ali presente na secção de voto até saber os resultados eleitorais, quando toda a gente previa que a minha candidaturea fosse esmagada e vos pedi que ficassem em casa para não assistirem à minha humilhação pública no momento dos resultados. Tu não. Ficaste ali para o que desse e viesse. Estiveste sempre lá. podia falar de tanta e tanta coisa, mas não falo de nada. Sabes porquê? Porque não há palavras, frases, teextos que possam mostrar aquilo que vales. sofremos muito juntos, mas não queria outro irmão que não o Igor! continuas a dormir. Não te direi que escrevi isto, serás tu a descobrir, provavelmente quando já estiveres deitado numa cama de hospital a lutar. Sempre na luta!
Amo-te com todas as minhas forças!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Esquerda Vs Direita

Gostava muito do falecido professor Jorge Ferreira, sobretudo das discussões ideológicas que tinha com ele. Lembro-me da mais agressiva. O Sol ou o Expresso, não me recordo bem, tinha publicado que o Governo português ia dar casas a ex - reclusos com o objectivo de facilitar a reintegração na sociedade. Ambos radicalizámos as nossas posições e até me senti um membro do Bloco de Esquerda naquela discussão. Mas neste exemplo podemos perceber facilmente as diferenças entre ser de Esquerda ou de Direita.
Não é um tema fácil e não se pode ter uma visão maniqueísta da questão, nós, os de Esquerda, os bons e os de Direita, os maus. Depende muito da nossa educação e da nossa forma de estar na vida . há os que defendem a Segurança acima de tudo, os de Direita, e há os que põe a liberdade no topo dos seus valores, os de Esquerda. logo é fácil perceber que é o CDS a defender mais polícias para as ruas e que é a extrema Esquerda a querer abolir as câmaras de vigilâncias nas ruas das cidades. Mas é mais que isto. Politicamente a questão Esquerda/Direita centra-se muito no papel que o estado deve ter na sociedade, um Estado providência, um Estado social ou um Estado liberal.
Eu considero que se queremos uma sociedade mais justa temos que ter um Estado Social forte. Temos que dar as mesmas oportunidades a uma criança que seja filha de um casal com poucos rendimentos, para que esta possa competir no futuro com uma criança que tenha nascido no seio de uma família abastada. Temos que lhes garantir educação, saúde, apoiar a sua educação no ensino superior através de bolsas, apoiar as famílias que fazem esforços enormes para poderem poderem dar a melhor educação possível aos seus filhos. porque os ricos podem andar em escolas particulares e ter os melhores explicadores, mas os pobres não e uma sociedade justa é aquela que permite o mesmo futuro a quem vem da Brandoa ou a quem vem da Lapa.
Os temas fracturantes. quem os apoia? A Esquerda, claro. A esquerda apoia a IVG, o casamento gay, a eutanásia, porque defende sobretudo a felicidade individual de cada um e que cada um é responsável pela sua vida, desde que não coloque em causa os outros. E eu sou de esquerda por isto tudo. Muito mais poderia escrever, mas gostava de abrir um debate sobre isto e que vocês pudessem trazer os vossos pontos de vista. Gostava muito. Hoje começou Abril, o mês da Liberdade!