sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Lágrima de Preta!

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Este poema de António Gedeão é brilhante e diz-nos tudo sobre o estúpido sentimento que é o racismo. O Zé fez-me entender ainda melhor este poema. Um dia digo-vos quem é o Zé.

5 comentários:

  1. Provavelmente sou a unica pessoa que vai ler este topic que sabe quem é o Zé. Sem duvida um extraordinário ser humano que merece tudo do melhor.

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  2. Que belo post Valter, muito bom mesmo :)

    Não sei quem é o Zè mas vou aguardar por novidades aqui no blogue.

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  3. Eu sei quem é o ze, e ontem ainda houve uns quantos risos no IPO à pala deste tema

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  4. Gostava de saber que é essa zé.... tem classe! algum meio bilu!!! ehheh


    fabrizio

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  5. Adorei este post, este poema!
    É bom ainda existirem pessoas a tentar abrir os olhos a esta nossa sociedade ainda bastante racista!

    Como pessoa e como profissional, elogio este post, e se me for permitido, aguardo outros tantos assim!

    M.S.

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