segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O interior!




Gosto daquilo a que se chama o "Portugal profundo". O Portugal que não fica a 100 km da costa, o interior desertificado, sem oportunidades que foi abandonado pelos jovens em busca de um sonho concentrado no litoral ou fora de portas.
Também eu, apesar da facilidade de chegar aos grandes centros, vivo no interior, e gosto.
AS grandes lojas dos grandes centros comerciais não existem e as feiras de rua fazem as delícias de qualquer mulher, os idosos das micro aldeias não conhecem os hipermercados e são servidos por homens e mulheres que andam de aldeia em aldeia a distribuir a fruta, o peixe e o pão, entre dois dedos de conversa.
Gente simples que precisa de muito pouco, gente com a cara lavrada pelos anos, com batas de cozinha e boinas para proteger a cabeça do sol.
Têm a companhia da radiofonia e da televisão, sentam-se ao sol num banquinho da aldeia e relembram os tempos idos, as estórias que os enchem de orgulho.
Os poderes centrais não os conhecem, os poderes locais ignoram-nos, vivem isolados de um admirável mundo novo e isso chega-lhes e isso emociona-me. E eu sou feliz com eles, com as suas estórias, as suas expressões, os seus beijos e carinhos.

3 comentários:

  1. Eu também não trocava o Portugal profundo por nada! O problema é o resto...Estou a pagar o preço de uma escolha de vida, e um preço bem alto! "Galinha de campo não gosta de capoeira", e cá vamos andando à espera de dias melhores. Mónica Romão

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