quarta-feira, 16 de março de 2011

fmi. cuidado, ele vem aí

a crise política está instalada e não me parece que tenha remédio. a cimeira europeia foi um sucesso e estava afastada a ideia de o fmi entrar em portugal (aquela que era a única forma de o psd chegar ao pote sem a abertura de uma crise política directa).
sócrates foi chamado por merkel a berlim, onde a chanceler teceu os louvores necessários, referiu que portugal estava no caminho certo para sair da crise, mas se sócrates queria que os outros países autorizassem a flexibilização do fundo de estabilidade europeu, teria que levar à cimeira europeia novas medidas de austeridade, que garantissem aquilo a que este governo se propôs, nomeadamente na redução do défice.
sócrates levou as medidas, conseguiu os resultados desejados na cimeira, mas não o deveria ter feito antes de apresentar as medidas aos portugueses.
contudo, esta não pode ser a desculpa para se abrir uma crise política, porque isso será catastrófico para os portugueses. não é só a mudança de governo e a hipotética chegada de passos coelho ao governo, com os relvas, marcos antónios e menezes atrás, é sobretudo a chegada imediata do fmi a portugal. aqueles que defendem a intervenção do fmi não têm noção do que dizem. haverá mais recessão, mais pobreza, cortes nos salários, retirada de 13º mês e subsídio de natal, entre muitas outras mudanças.
a oposição, com o psd à cabeça, não quer aprovar este novo pacote de medidas, para o ano de 2012 e 2013 (devem pensar que o défice nos próximos anos descia por obra e graça de deus), que são difíceis, nem diz quais seriam as medidas que tomariam, mas não terão dúvidas em aprovar as medidas que o fmi vier propor, que essas sim, vão doer, mas a sério e as taxas de juro continuarão altíssimas.
estar na política exige responsabilidade e a defesa dos superiores interesses dos cidadãos, não na defesa dos interesses pessoais e partidários. passos coelho não está disposto a aprovar estas medidas e sócrates já afirmou que, nesse cenário, deseja eleições antecipados e que se voltará a recandidatar.
era bom que este governo, que tem legitimidade, conseguisse chegar ao fim da legislatura. a economia e os portugueses agradecem. tenho a certeza que olhando os dois cenários, a maior parte dos portugueses preferia continuar este caminho difícil que tem sido trilhado por todos.

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