terça-feira, 22 de março de 2011

terceira via

diz-se que os políticos não estão acima dos partidos, porque os políticos vão e vêm, enquanto os partidos permanecem iguais. percebo a ideia, mas repugno totalmente aquela lógica de de que os partidos devem manter-se iguais, fiéis à sua ideologia, não acompanhando a evolução dos tempos. olhe-se para o partido comunista, penso que dá para entender o que estou a dizer.
gosto de ser polémico, não me preocupando muito com as consequências.
sempre fui simpatizante do partido socialista, por uma variada ordem de razões, de ordem familiar, até aos meus 14/16 anos, depois de uma ordem mais racional, por o ps representar a esquerda, o campo ideológico que mais me preenche, mas o ps era o único partido que representava uma esquerda democrática, o que me levou a estar sempre mais próximo do ps.
sócrates veio mudar o ps e a forma de se fazer política em portugal, assim como a minha forma de olhar para a política. o primeiro político com uma ideia para o país. sabia o que queria, ao que vinha, enfrentou o défice deixado por santana lopes de uma forma brilhante e, pela primeira vez em 30 anos, o défice português esteve abaixo dos 3%, a economia começava a crescer a um bom ritmo e fez-se reformas importantíssimas neste nosso portugal, e as sondagens continuavam a dar uma larga vantagem ao ps, numas hipotéticas eleições. sim, antes de 2008, portugal estava no bom caminho. isto antes da crise económica e financeira internacional, aquilo que muitos gostam de ignorar.
sócrates representa a 3ª via, uma linha ideológica que ganhou uma forte expressão com tony blair, enquanto líder do "labour" e primeiro ministro inglês, mas bill clinton e gerard schroder também seguiram esta orientação ideológica. a 3ªa via, em poucas palavras, tenta conciliar o melhor de dois mundos, para os seus defensores, o melhor da direita e o melhor da esquerda. o título do meu blog refere-se a isso. eu sou um esquerdista e defendo uma sociedade mais livre, mais igualitária, mas ao mesmo tempo,considero que o estado não tem que ser assistencialista, deve procurar um estado que esteja presente quando necessário, mas que procure uma economia mais forte, longe de um estado totalitário ou minimalista. é preciso adequar o estado à conjuntura.
sócrates defendia isto e sócrates fez-me vibrar com a política (ainda faz) e decidi tornar-me militante socialista. não me arrependo de nada e estarei ao lado de sócrates até ao último momento.
o portugal democrático não conheceu primeiro ministro como sócrates. a história cá estará para lhe fazer justiça.
"realizo-me ao pagar as quotas do meu partido", esta frase foi dita por mário castrim. eu também me realizo, pelo menos enquanto sócrates estiver à frente dele.

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