quinta-feira, 11 de junho de 2009

NÃO QUERO QUE A PORTE SE FECHE

Lembro-me de uma crónica do Miguel Sousa Tavares no "Expresso" terminar desta forma:"Depois no final, presumo que apaguem a luz e fechem a porta". Esta crónica referia-se ao facto de as "castas corporativas" não deixarem que o país evolua, que se agarrem aos seus interesses individuais. Isto acontece com os professores, com os enfermeiros, com os advogados e uma série de gente resistente à mudança.
Os professores são o exemplo máximo. Sempre que vem alguém a querer alterar algo na educação, logo vem o pastor (Mário Nogueira) com o seu rebanho para a rua protestar contra tudo e contra todos.
Os professores querem ficar agarrados aos seus lugares. Não sua mentalidade, a sua principal tarefa não é o melhor para os alunos. A sua tarefa é manter os seus privilégios de décadas.
Mais triste que isto são os agentes políticos, como Manuela Ferreira Leite.
Em março de 2008, depois da primeira manifestação nacional dos professores, ela, na sua posição de comentadora política e "outsider" do PSD liderado por Menezes, dizia que a ministra não podia recuar de forma alguma; sete meses volvidos, já na sua qualidade de candidata a primeiro-ministro e na véspera de nova manifestação de professores, vem dizer que a ministra tem de desistir, porque há muita "crispação" entre os professores.

"Assim, como as coisas estão, não há saída. Acontecerá uma de duas coisas: ou a ministra começa a ceder no essencial, mantendo o acessório (como já parece estar a acontecer com o deferimento para mais tarde dos efeitos da avaliação), ou acaba por desistir e tudo volta à estaca zero. Esse é o objectivo final das corporações que governam de facto entre nós e do sindicalismo conservador que, em associação com elas, visa tornar o país ingovernável. Todos sabemos que é assim: na educação, como na saúde, na justiça, na administração pública, no poder local, no sector empresarial ligado ao Estado. Por isso é que, independentemente do seu feitio, do seu método ou das suas razões até, a derrota final de Maria de Lurdes Rodrigues representará o último sopro de vida de um país eternamente adiado. Depois disso, é inútil tentar reformar o que quer que seja porque está dada a receita para o insucesso. Quem vier a seguir para governar o Estado escusa até de ter programa político: pode limitar-se a dizer que não vai deixar de pagar salários, pensões e subsídios, e toda a gente ficará tranquila."

É triste, mas é a mentalidade que temos!!

Com Expresso

14 comentários:

  1. Será que temos uma oposição credivel neste país? pelos vistos não!
    "NUNCA BAIXAMOS OS BRAÇOS" é o novo slogan de campanha do Psd que está nas ruas, posto isto pergunto será que alguma vez os levantaram?
    Baixar mais so se os puserem debaixo dos pés!

    Viva Sócrates
    Viva Portugal
    Viva PS

    http://danieljana.blogspot.com

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  2. FANÁTICOS!! É isso que vocês são. Defendem cegamente uma política condenada ao fracasso!
    Valter, ainda acreditas no teu "padrinho"? É quase o mesmo que acreditar no Pai Natal, mas ao menos esse, tem um ar amigável e uma história sem "sacos-azuis", sem offshores, sem falcatruas e cursos tirados na secretaria.
    Daniel Jana, teremos um governo credível neste país? Teremos um Partido Socialista com credibilidade suficiente para guiar os destinos do país? Coloco a questão de outra forma: teremos porventura um Governo eficientemente capaz de continuar à frente das nossas vidas?
    Tirem as palas e arregalem os olhos!

    Margarida Rebelo

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  3. Margarida Rebelo,

    gostava que me dissesse o que falhou na política de educação deste governo!!
    Se me responder, só quero que me diga se é ou não professora.. para saber se se pode ou não fazer uma leitura imparcial!!

    cumprimentos,

    Valter MArques

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  4. FANÁTICOS !!!!!!

    Estranho povo este...
    Como é possível governar com a eficácia que, hoje em dia, se mostra cada vez mais indispensável?

    O que a Margarida Rebelo aqui diz, faz lembrar as intervenções nos programas de "antena aberta"... de quem não tem qualificação para progredir nas condições de competitividade que o mundo nos impõe.

    Confirma-se: em situações de crise, ou de stress, ou de dificuldades em geral, há a atitude inteligente de actuar e a (responsável pelo estado a que este País chegou) de criticar, reclamar, exigir..., enfim: resmungar!

    Está, este Portugal, contaminado por uma parte da população (tipo Margarida Rebelo) que, não dispondo de competências para agir, para competir, para progredir, desnorteada e sem sequer reconhecer a necessidade de ser governada.

    Preferem, por lhes ser mais acessível, deixar-se arrebanhar por quem não tem (nem nunca poderá ter) quaisquer responsabilidades de governar e se dedica a desestabilizar um governo coerente e competente, sem, sequer, pensar no caos que podem provocar, se viermos a sofrer a catástrofe de uma alteração na liderança de governo, antes de se completar o ciclo de alterações no paradigma da sociedade (a que chamam crise!) e de Portugal se integrar, devidamente, na nova vida (vida nova, certamente) que resulta do fracasso do liberalismo descontrolado em que o Mundo viveu nas últimas décadas!

    É muito difícil, a governabilidade, assim.
    Defendamos a democracia, as suas regras e, até, os seus defeitos.
    Mas não podemos sucumbir a estes movimentos de "terra queimada", que nem respeitam os que, honestamente, continuam a trabalhar, a empenhar-se, a lutar, para salvar o que temos (e, creio que são a maioria, felizmente).

    As manifestações sindicais são defensáveis, úteis, necessárias.
    Mas não podem transformar-se em arruaças, em agitação de rua, em insultos pessoais ou (como há pouco vimos...) em ofensas corporais aos que não estão com eles.

    E, acima de tudo, não pode esquecer-se que essas manifestações, mais ou menos manipuladas, mais não servem do que a defesa de interesses de classe (ou, no nosso caso, de opinião política), total e radicalmente indiferentes aos interesses do País que, muito naturalmente, não coincidem com os deles.

    OBS.: Gostei do artigo do Valter Marques, de ontem.

    MDF - Porto
    madifo@hotmail.com

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  5. Há muito que visito este blog e nunca vi um comentário com o qual estivesse mais de acordo, lamento Valter admiro-te muito como colega e amigo sabes bem o que penso de ti, mas não podia estar mais de acordo com a Margarida Rebelo.

    Em relação ao comentário de "MDF - Porto" nem vou comentar é triste saber que há pessoas no nosso país que ainda pensam assim é por isso que o nosso país não evolui.

    "Mais cego é aquele que não quer ver..."

    Helena Silvestre

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  6. Pelo que vejo, o meu pequeno comentário já deu azo a grandes dissertações!... E não, não sou professora, Valter.
    Julgo que deverás colocar a questão ao contrário. O que será que NÃO falhou?! Já que falas nos professores, todo este processo de avaliação de docentes parece-me uma grande perda de tempo. Professores a avaliar outros professores, colegas de trabalho... Sem querer cair em extremismos, este método poderá conduzir a (des)favorecimentos devido a questões pessoais e corrupção e, no final, os grandes prejudicados serão os alunos.
    Caro MDF: não sei se terá competência para dizer que eu não tenho competência... A agressão é a arma dos fracos.
    Será difícil sim, governar com o apoio de quem só olha em frente e não consegue ver para além das evidências (como se elas não bastassem!). Terá sempre de haver um Governo, mas a aplicar tão mal os fundos como este, duvido.
    Concordo plenamente com a Helena Silvestre: "Mais cego é aquele que não quer ver...". Está na hora de "tirar as palas e arregalar os olhos" MDF!
    Não vale a pena entrar em discussão consigo... Já vi que não sabe respeitar a opinião dos outros. E isto, é Democracia?!

    Margarida Rebelo

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  7. MArgarida Rebelo,

    o que acaba de referir é que os professores são corruptos, não são justos a dar notas, cometem irregularidades.. é o seu ponto de vista.. eu quero acreditar que os professores são o suficientemente responsáveis para saberem dar uma nota!!
    Eu acho que não podemos estar a perpetuar a incompetência de professores, que podem ter jeito para muita coisa, menos para dar aulas!! Para o bem dos alunos e da escola pública é necessário que se saiba quais os bons e os maus professores, para assim se poder ter um ensino de qualidade..
    na sua actividade pofissional não é avaliada?? porque só os professores não o podem ser?? temos que ser justos!!

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  8. Valter,

    Estás a fazer uma interpretação à tua maneira! Em momento algum afirmei isso. O que saliento é que esta forma de avaliação não é a mais correcta... Avaliação sim, mas não desta maneira. Bom professor é aquele que compreende os alunos, que se coloca no lugar deles e que, em vez de debitar informação, se preocupa e se implica até às últimas instâncias para que os seus pupilos consigam, de facto, adquirir os conhecimentos propostos pelo programa. Se todos fossem assim, teríamos realmente um ensino de qualidade reflectido nos resultados (com testes e exames à altura - não como aconteceu o ano passado com os de matemática do 12º).
    Mas isto, é apenas uma opinião...

    Margarida Rebelo

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  9. Margarida Rebelo,
    cada um tem a sua opinião. Na minha opinião é importantíssimo que em todas as áreas exista uma avaliação, para não se perpetuar a incompetência!!
    Óbvio que não há avaliações perfeitas, mas é necessário começar por um lado e depois ser aperfeiçoada!! é natural que exista casos de professores que vão ser beneficiados e outros que serão prejudicados, mas eu quero acreditar que os professores são minimamente responsáveis para serem capazes de cumprir esta tarefa!!

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  10. Claro, cada um tem a sua opinião e ainda bem que assim o é! Concordo com a avaliação, mas não assim, como ja havia dito antes.
    Queres tu e queremos todos! Julgo que ficarão sempre no ar suspeitas, sabes como é. Se é para bem dos alunos, avante (esta) avaliação.

    Voltando aos exames nacionais, não sei se é do teu conhecimento, hoje foi o de Português: um descalabro. Fernando Pessoa, Mensagem e Lusíadas, ZERO. Nem sei o que dizer disto... Não é o que faz parte do programa?!

    Margarida Rebelo

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  11. Caro Valter, sempre a desfraldar a mesmas bandeiras, não para defender verdadeiras causas mas para justificar atitudes autistas e completamente desfasadas dos alvos objectivos. Tudo isto me faz lembrar uma canção dos Deolinda que retrata de forma excelente o que continuamos a sentir e experimentar neste país tão maltratado (assim vai de forma livre)«se vieram aqui ouvir os Deolinda devem estar enganados... porque eles estão é na casa ao lado» Que ridículo o teu querido primeiro, -Vá lá votem em nós... é só mais uma maioriazinha...eu prometo que desta vez vamos lá, agora somos todos humildade... que tristes figuras nos são dadas visionar. Verdadeiras Tragicomédias, infelizmente sem capacidade de nos arrancar qualquer sorriso... Este momento politico com estas politicas, Tratados de Lisboa e outros episódios da mesma novela, quanto me lembram as palavras do nosso maior poeta em 1580 ao ver a desgraça que se abatia sobre a nossa nacionalidade e com uma lucidez profética afirmava: «morro com a pátria»...
    Que volte do meio deste nevoeiro espesso uma luz de esperança, «um louco... louco sim porque quis grandeza...» Que volte o escondido, melhor, o encoberto porque ainda não se vê... e não será nenhum destes visíveis... que chegue o D. Sebastião de António Vieira, e dos que amam Portugal, que chegue depressa aquele que ansiamos no mais fundo de nós e nos dê futuro!

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  12. Margarida Rebelo,
    não saiu Fernando Pessoa, nem os Lusíadas, mas penso que não tenha saído nada que não fizesse parte o programa, ou saiu?
    se saiu algo que não faz parte do programa é que é grave.

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  13. Ao anónimo que também comentou, eu não ando a desfraldar sempre as mesmas bandeiras, eu apenas defendo aquilo que acho correcto. Se acho que a avaliação dos professores é essencial para não sermos um país adiado, então não tenho qualquer problema em a defender.
    Também tenho uma música dos DEolinda para mostrar a diferença de atitudes entre Sócrates e a líder da oposição. Cá vai:
    "Agora sim, damos a volta a isto!
    Agora sim, há pernas para andar!
    Agora sim, eu sinto o optimismo!
    Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

    -Agora não, que é hora do almoço...
    -Agora não, que é hora do jantar...
    -Agora não, que eu acho que não posso...
    -Amanhã vou trabalhar..."

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  14. Caro Valter, mais uma vez, não chegaste ao ponto crucial do meu comentário. Traduzindo: não saindo FP e Lusíadas, perde-se a essência do programa de Português... perde-se também o factor histórico, o saber o que e que aconteceu! Perde-se a identidade. E se não saiu, o que andaram a fazer estes alunos um ano inteiro na disciplina!!?
    FACILITISMO. Como essa matéria é a mais complicada e a que requer mais conhecimento/trabalho/estudo, não sai no exame e assim todos passam com boas notas. Boa... O pior é quando chegam às universidades e lhes são pedidos estes conhecimentos arredados das avaliações e os meninos ficam a "apanhar do ar". Lembraste que vivemos na era do "não sai, não se estuda", logo, não se sabe?

    Margarida Rebelo

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